domingo, 27 de junho de 2010

Festa junina do/no Rui Barbosa, ôbaaaa!!!

Confesso que não estava acreditando muito no sucesso da festa junina do CM Rui Barbosa. Pensava que iria aparecer meia dúzia de gatos pingados, mais uma pequena parcela de professores e funcionários. Convidei a família e lá fomos nós com o pensamento de que se estivesse ruim, iríamos para a que estava acontecendo numa das tradicionais escolas privadas de nosso município. Meus filhos até que chegaram a dar "um pulinho" na outra festa, mas não demoraram nem 30 minutos por lá. Uma hora após termos chegado, a rua do colégio ficou superlotada. Alunos por tudo que é lado, vários convidados, incluindo ex-alunos, muitas famílias (inclusive as de nossos alunos) e um sem-número de professores. Gente, confesso ter voltado aos bons tempos de quadrilhas, quando havia uma saudável e saudosa concorrência de vários lugares em Cabo Frio. Alegria total, confraternização entre todos, muito bom!

Algumas turmas de 3º ano (3006 e 3004) estão de parabéns pela animação na apresentação da quadrilha.

Para melhor dimensionar o quanto a festa estava boa, até a querida e grande amiga professora Cacilda apareceu na janela de sua casa com familiares para dar uma apreciada no movimento.

Sentimos a ausência de alguns companheiros, que, com certeza, poderiam abrilhantar a festa. Pode ser que não tenham acreditado tanto quanto eu, que fosse ficar tão boa. Eu arrisquei e me dei bem! Quem sabe se no dia 10/07, na festa marcada para os professores e funcionários, lá no sítio da colega Adriana, eles não comparecem? Tomara!

Dercy e o capetinha

Eu tinha pensado nisso, mas a minha criatividade ou competência para a charge é nula. Sabia que alguém  iria fazer uma homenagem a essa figura fora de série, que foi a Dercy Gonçalves. Eis:
Essa charge foi-me enviada pela companheira Máxima, em domingo, dia 27/06/2010.

terça-feira, 22 de junho de 2010

"ESTOU DE VOLTA PRO MEU ACONCHEGO!"

Como diz a minha pimpolhinha de 12 anos: "Caraca, pai, você ficou ausente durante muito tempo!".
Quero comunicar aos amigos, que estou de volta. Para esses, tenho certeza de que é uma grande alegria (até porque, para aturar o que escrevo, tem que ser amigo, não é mesmo?). Para os que não me consideram como tal, é um sacrilégio. Ainda bem que não são muitos!
Estou tentando retomar as minhas atividades blogueiras, apesar da falta de tempo necessário em função das atividades profissionais.
Aos pouquinhos retomarei os meus contatos e farei as visitas, que muito me alegram. Alguns contatos presenciais me mostram o quanto os virtuais são necessários. É como aquele ditado: "quanto mais conheço os homens, mais gosto do meu cachorro!". O veneno literário continua, já deu para perceber, né?
Beijos em todos... estou esperando as boas vindas, hein!!!

terça-feira, 7 de outubro de 2008

DATA DE VENCIMENTO DE COBRANÇAS EM BOLETAS

LEI - do interesse geral
Ontem, lendo o jornal Extra, verifiquei que foi publicada no Diário Oficial uma Lei sancionada e já publicada no Diário Oficial que defenderá nosso direito quando uma correspondência de cobrança chega depois do vencimento ou no próprio dia. Antes a gente pagava a multa pelo atraso e ficava por isso mesmo, mas agora recebemos uma multa quando isso acontece.
Vejam a publicação:
Empresas públicas e privadas que prestem serviços no Estado do Rio de Janeiro estão obrigadas a postar suas cobranças com o prazo de dez dias antes da data do vencimento. A medida consta da Lei 5.190/08, sancionada pelo governador em exercício, deputado Jorge Picciani (PMDB), e publicada na edição do dia 15 de janeiro de 2008 (terça-feira), do Diário Oficial do Poder Executivo.
Com o objetivo de garantir sua aplicação, a lei determina que as datas de vencimento e de postagem sejam impressas na parte externa da correspondência de cobrança. 'A lei garante o cumprimento do Código de Defesa do Consumidor, ao assegurar que as contas não cheguem vencidas à casa dos consumidores, que acabam arcando com o ônus de um erro cometido pelas prestadoras de serviços', defende a autora do texto, deputada Cidinha Campos (PDT).
Em caso de descumprimento, será aplicada ao infrator multa no valor de 100 Ufir-RJ em favor do consumidor, a título indenizatório. De acordo com a parlamentar, a proposta tem por finalidade vedar a emissão e remessa de títulos e boletos de cobrança com prazo de vencimento expirado. 'Tal prática, na maioria das vezes ocasiona ao devedor/consumidor, um ônus pelo pagamento de juros e mora que são indevidos', argumenta Cidinha.
Como proceder:
Quando a correspondência chegar à sua casa, verifique a data de postagem e a data de vencimento (que devem estar impressas no lado de fora da correspondência). Caso a conta tenha sido entregue no dia do vencimento ou após essa data e a postagem não foi feita com o mínimo de 10 dias de antecedência, pronto.
Dependendo do valor da cobrança, a própria empresa acabará pagando a dívida já que o valor hoje de 100 Ufir-RJ é de R$182,58!!!
Muito boa essa lei. Repasse a todo mundo (mas com cópia oculta para preservar a identidade e o e-mail dos seus amigos de span). Esse artigo foi publicado em vários jornais e eu já tenho um pedaço do jornal recortado e guardado dentro da minha bolsa.
LEI Nº 5190, DE 14 DE JANEIRO DE 2008.
DISPÕE SOBRE O PRAZO PARA ENVIO DE COBRANÇA POR PARTE DAS EMPRESAS ÚBLICAS E PRIVADAS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.
O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, em exercício Faço saber que a Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º. As empresas públicas e privadas que prestem seus serviços no Estado do Rio de Janeiro ficam obrigadas a efetuar a postagem de suas cobranças no prazo máximo de 10 dias da data de seu vencimento.
§1°. A fim de que se cumpra o que prevê a presente Lei, as datas de vencimento e de postagem deverão ser impressas na parte externa da correspondência de cobrança.
Art. 2°. Em caso de descumprimento desta Lei, aplicar-se-á ao infrator multa no valor de 100 (cem) Unidades Fiscais do Estado do Rio de Janeiro em favor do consumidor, ou devedor, a título indenizatório.
Art. 3º. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
Rio de Janeiro, 14 de janeiro de 2008.
JORGE PICCIANI
Governador em exercício

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

COISIFICAÇÃO DA PALAVRA: ERRAMOS TODOS NÓS OU SOBRE O DITO E O NÃO-DITO

Francisco Carlos de Mattos¹

A Inquisição foi criada na Idade Média (século XIII) e era dirigida pela Igreja Católica Romana. Ela era composta por tribunais que julgavam todos aqueles considerados uma ameaça às doutrinas (conjunto de leis) desta instituição. Todos os suspeitos eram perseguidos e julgados, e aqueles que eram condenados, cumpriam as penas que podiam variar desde prisão temporária ou perpétua até a morte na fogueira, onde os condenados eram queimados vivos em plena praça pública. ²

“Onde não há texto, também não há objeto de estudo e de pensamento”. Bakhtin (1992: 329), com essas palavras, delineia um espaço interessante de análise e reflexão sobre as coisas ditas e as não-ditas. As primeiras permitem uma resposta imediata de concordância ou não e incitam para o debate, para a discussão no campo das idéias. As outras, veladas, implícitas em posturas, atitudes, gestos, mexem com a subjetividade e não admitem réplica. São atitudes que falseiam a real intenção de quem as produz, pois na contestação do outro, do ofendido por tais não-palavras, o ofensor se faz de vítima e incorpora o dito subjetivamente pelo não-dito enquanto negação de ter feito. Essas são atitudes de quem se preocupa em não deixar provas, rastros que comunguem contra o seu feito, abrindo espaço para, mais uma vez, fazer valer a instância do subjetivo, do que pertence ao pensamento humano, em oposição ao mundo físico, ao factual, ao visível.
Em alguns momentos e contextos o silêncio `fala`mais que mil palavras e mil palavras não dizem nada em função da sua consistência. Muitas vezes de onde menos se espera a palavra marca mais que chicotada ou vara de marmelo, que enverga, mas não quebra. Conotativamente o dito ou até mesmo o não-dito conseguem encurvar pessoas. A veracidade de tal assertiva se dá quando se consegue acionar o poder de convencimento. Ainda Bakhtin (1992: 333) é quem corrobora com esta linha de pensamento, quando afirma que “o texto não é um objeto, sendo por esta razão impossível eliminar ou neutralizar nele a segunda consciência, a consciência de quem toma conhecimentos dele”. Cientes do poder das palavras, algumas pessoas astutas se valem disso para tirar proveitos pessoais correndo o sério risco de serem incursas em famoso artigo do Código Penal. O mundo está repleto desses velhacos.
Algumas pessoas, ingenuamente, acreditam que aqueles que convivem num lugar específico, numa determinada instituição trazem em si a concepção do sujeito que pensa como os demais, numa perspectiva da mesmice, numa linha de produção de pessoas que pensam, cartesianamente, da mesma forma. caracterizado por Hall (2006) como aquele que se enquadra ou foi enquadrado em um determinado sistema, o que, autonomamente, se deixa levar numa só direção. Século após século, até o atual, este é o paradigma do bom aluno. Este autor em seus estudos sobre ´A identidade cultural na pós-modernidade` denuncia que “esta concepção do sujeito racional, pensante e consciente, situado no centro do conhecimento, tem sido conhecida como `o sujeito cartesiano´ (p. 27). Nessa reflexão, a escola continua inserida num contexto caracterizado por Althusser (1998) como Aparelho Ideológico do Estado. É ela uma das maiores, senão a maior, construtora de marionetes, que vêem o estado como o grande pai ou que se integram aos elementos que aceitam as ações dos governos como, numa visão gramsciana, verdadeiras paternalizações, através de beneficências, das doações de todos os tipos de vales (gás, leite etc.). Para o alimento do espírito, o Pai Todo Poderoso, que nos nutre com as suas bênçãos e para a matéria, o “pai”, também poderoso³, que nos abastece com esses programinhas sem-vergonhas, que se transformam em verdadeiras rédeas eleitoreiras. Se caso encontremos alguma “ovelha desgarrada” que pense diferente, negando tal mecanismo de reprodução, é necessário encerrá-la no lugar mais tenebroso de uma masmorra.
A escola se contradiz quando, por exemplo, abraçando um viés democrático, sugere a toda a comunidade escolar que busque desenvolver nos alunos as suas criticidades; entretanto, quando aparece algum que demonstre ter aprendido bem a lição, alguns professores não sabem como lidar com esse tipo de aluno.
Alguns indivíduos da comunidade escolar acreditam e esperam que o aluno vá construir sua capacidade crítica, para desenvolvê-la fora da escola, que a use para analisar prós e contras da sociedade, sem perceber que a escola é um dos apêndices da mesma e que, por isso mesmo, será, também, criticada. Na verdade, percebe-se que a instituição alimenta um filete de esperança de que as palavras constitutivas de um discurso modelado por ela sejam proferidas por todos os alunos. A escola seleciona o discurso e os repassa aos estudantes e os vocábulos têm que ser repetidos sem tirar nem por uma vírgula que seja. Nesse caso, mais uma vez Bakhtin (1992: 350) se faz referência, quando afirma que “se nada esperamos da palavra, se sabemos de antemão tudo quanto ela pode dizer, esta se separa do diálogo e se coisifica”.
A criticidade das pessoas é demonstrada quando, ao concatenar os conhecimentos construídos e confrontá-los com os contextos vividos, analisando-os, interpretando-os e objetivando-os em textos, conseguem transformá-los em instrumentos de persuasão. O outro ou a segunda consciência que não consegue replicar diante da força do argumento – muitas vezes usa o argumento da força -, se vê convencido e adere ao pensamento do enunciador ou, discordando, recua estrategicamente, para reabastecer-se de fundamentação, de palavras que façam frente às do seu interlocutor. Belo exercício de contradições. Os filósofos da Grécia antiga faziam isso muito bem. Dobravam os seus opositores com belos discursos.

A sentença: “O que somos é o que fizemos do que fizeram de nós”.

_ Trato as pessoas da mesma forma como elas me tratam. – Assim se colocou a aluna, quando acusada de ser malcriada, respondona e de ter atitudes inadequadas.
Quando o conselho de classe extraordinário, constituído pela direção, orientação educacional, inspeção de ensino e professores da turma, convocou a aluna, esta ao entrar na sala onde se daria a reunião, não se portou como o incriminado da época da Inquisição; mas, demonstrou em alguns momentos, que acreditava que a escola iria acionar o dispositivo legal maior contra ela. Diante da leitura dos vários registros desde o final de 2007, ela não negou nenhum.
A aluna foi avaliada pelos professores presentes, como criativa e, de alguma maneira, comprometida com os seus estudos. Quanto aos problemas de ordem comportamental, entendeu-se que os mesmos não foram gerados e nem incentivados neste colégio; mas, são produtos de uma concepção errônea de mundo e de uma preparação profundamente equivocada para a vida.
Ser crítico também passa pela posição de se respeitar a opinião do outro e aceitar as diversidades em todos os campos. A contradição deve ser uma categoria que provoque a discussão, o debate e, como dito acima, a força do argumento e não o argumento da força. Evidente que essa atitude é esperada de pessoas mais centradas, mais experientes e não o contrário. Do jovem, em geral, se espera a impetuosidade do imediatismo, os reflexos do sangue quente, do ´pavio curto`, o ganhar no grito. O que se espera do professor? Aqui também podemos alinhavar o pensamento numa linha gramsciana, quando aludimos que só podemos ser intransigentes na ação se tivermos sido tolerantes na discussão, se os que estavam mais bem preparados tiverem ajudado os menos preparados a compreender a verdade, com a preocupação de não fazê-lo de uma forma dogmática e absoluta, como algo já maduro e perfeito.
Seria justo uma instituição que prega a democracia e a criticidade transferir para outro lugar o que entende como um problema? Não é cômodo demais remover para outra escola uma questão sem esgotar as possibilidades de resolução da mesma?
Nem tudo é o que quer aparentar ser. Numa adaptação livre, podemos reforçar com Foucault (1992: 25) que

por mais que se diga o que se vê, o que se vê não se aloja jamais no que se diz, e por mais que se faça ver o que se está dizendo por imagens, metáforas, comparações, o lugar onde estas resplandecem não é aquele que os olhos descortinam.

Negar o instituído, burlar regras e, caetanamente, proibir o proibido são atitudes anarquistas desenvolvidas pela verve juvenil, que não se preocupa com os aspectos teóricos que fundamentam essa doutrina filosófica. Simplesmente a desenvolvem. É próprio do adolescente.
É necessário e imprescindível que, em geral, os jovens saibam lidar com as palavras de tal maneira que elas não se coisifiquem, percam o sentido. Neste caso, é imperioso que entendam, que não são as palavras que magoam, mas como elas são ditas, proferidas ou seja, o que importa não é o conteúdo, mas a forma.
A escola, sensatamente, prefere investir naquilo que lhe é peculiar e que tanto a sociedade espera dela: educar.
Confesso que eu, assim como a maioria que compunha o conselho, não esperava outra atitude.
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¹. Orientador Educacional da Rede Pública Municipal de Educação de Cabo Frio, atualmente exercendo a função no Colégio Municipal Rui Barbosa.
². Disponível em: http://www.suapesquisa.com/historia/inquisicao/ . Acesso e captura em 23 de setembro de 2008.
³. Essa idéia também encontra-se em Gramsci (s/d: 153), quando afirma que “(...) reflete-se em pequena escala o que ocorria em escala nacional, quando o Estado era concebido como algo abstraído da coletividade dos cidadãos, como um pai eterno que tinha pensado em tudo, providenciado tudo (...)
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Referências Bibliográficas
ALTHUSSER, L. P. Aparelhos Ideológicos de Estado. 7ª ed. Rio de Janeiro: Graal, 1998.
BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal; [tradução feita a partir do francês por Maria Ermantina Galvão Gomes Pereira; revisão da tradução Marina Appenzeller]. – São Paulo: Martins Fontes, 1992. – (Coleção ensino superior).
FOUCAULT, Michel. As palavras e as coisas: uma arqueologia das ciências humanas; [tradução de Salma Tannus Muchail]. 6ª ed, - São Paulo: Martins Fontes, 1992.
GRAMSCI, Antonio. Os intelectuais e a organização da cultura. São Paulo: Círculo do livro S.A., s/d.
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade; [tradução Tomás Tadeu da Silva e Guaracira Lopes Louro]. 11. ed. – Rio de Janeiro: DP&A, 2006.

sábado, 13 de setembro de 2008

"Pobreza não é sina, azar ou mau jeito, é injustiça¹ " ou Pedagogia da pergunta


Francisco Carlos de Mattos


OBS.: Esse texto foi produzido e publicado em 24 de fevereiro do ano em curso. Hoje, 13 de setembro, portanto, a 22 dias das eleições municipais de 05 de outubro, o momento histórico-político torna a sua reedição um fato de suma importância, uma necessidade profundamente relevante. Espero que o seja, também, para você.

(Artigo científico) escrito em domingo 24 fevereiro 2008 19:13


Aula é pura transferência de valores, de informações científicas? A essência das ciências trabalhadas pelo professor, é filtrada pela ótica do mesmo? Que ótica é essa? Como é construída? Como se constitui no homem? Os pontos de vista são conseqüência da vista de um ponto? O que queremos que os alunos aprendam, absorvam? Os conteúdos escolares inseridos no planejamento de ensino, refletem o cotidiano da maioria dos alunos? São, deveras, significativos? Encaixam-se enquanto respostas para os problemas do cotidiano? Podemos vê-los como solução para esclarecer o que acontece no mundo, na vida? Nos ensina a ler o contexto mais amplo? Nos oferecem "lentes de grau" para observarmos melhor as falcatruas, as roubalheiras de dinheiro público que eleva à condição de dominantes 1% da população brasileira e de dominados os 99% restantes? Nos permitem perceber que políticas públicas passaram a ser instrumento de barganha pública de políticas? Que desigualdade social refletida na ausência de direitos civis e políticos básicos, tais como educação, saúde, habitação, saneamento básico, a geração de emprego e etc., é fator desencadeante e desencadeador de violências em suas diversas facetas? Na formação do professor estão inseridos conhecimentos que o levam à reflexão desses questionamentos? Há espaços para a formação humana, para aspectos afetivos, para se falar de amor num currículo essencialmente frio, calculista e norteado para o desenvolvimento de valores materialistas, quantitativos, profundamente capitalistas? Em que campo de ação é feita uma ponderação sobre a inserção do homem na sociedade capitalista alienante e desumanizadora? Quem forma o professor que forma o professor inseriu-se ou insere-se nesse contexto interrrogativo? Sabe o professor, que os filhos desse 1% que está no topo piramidal não estão nem aí para ele e nem para o tipo de educação que se implementa aqui no Brasil, já que estuda nas melhores universidades, principalmente, européias, preparando-se para as futuras lideranças do país, inclusive para ser o mandatário desse profissional e dos filhos dele?.


¹. DEMO, Pedro. Pesquisa: princípio científico e princípio educativo. São Paulo: Cortez, 1992, p. 78.

domingo, 7 de setembro de 2008

ARTE CIRCENSE NA ESCOLA: O.E. AMANSADOR DE "FERAS"

Na primeira vez que o colega adentrou a sala em que  fazemos aconselhamentos, orientações, atendimentos a alunos, pais e professores, quando conversava com um aluno que me procurou por livre e espontânea vontade para o norteamento de um problema pessoal, ele arregalou os olhos, deu aquele sorrizinho maroto e um abraço tipo ombro a ombro, exclamando:
_ Até você aqui? O que foi que você aprontou?
_ Nada, professor! - Respondeu o aluno - Só estou conversando com Francisco. - Completou.
Aproveitei para reafirmar que...
_ A função precípua da OE é a ação preventiva, não a curativa, punitiva.
Penso que a minha fala não tenha sido suficiente para a compreensão desse colega professor.
Não demorou uma semana, o mesmo ocorreu quando eu conversava com outro aluno.
Está na hora de espalhar pelos murais da sala dos professores alguns textos sobre a função do OE, apesar de não ser uma medida muito eficaz, até porque a velha máxima do ´faça o que digo e não o que faço`, é público e notório no cotidiano de número significativo de professores.
Reuniões, encontros  para falarmos sobre o papel do orientador educacional, já foram feitos aos borbotões e sempre tem alguns que estão a todo momento questionando o que faz esse profissional na escola.
Domingo, 07/09/2008

terça-feira, 29 de julho de 2008

quarta-feira, 23 de julho de 2008

ESTUDOS SOBRE A ETNOGRAFIA

21:05 - 23/07/2008
PREOCUPAÇÃO DA ETNOGRAFIA:
Obter uma descrição densa, a mais completa possível, sobre o que um grupo particular de pessoas faz e o significado das perspectivas imediatas que eles têm do que eles fazem.
ETNOGRAFIA--> É a escrita do visível.
Depende das qualidades de observação, de sensibilidade ao outro, do conhecimento sobre o contexto estudado, da inteligência e da imaginação científica do etnógrafo.
Tradicionalmente fazemos comparações entre a própria cultura e a de outros povos.
MICROANÁLISE ETNOGRÁFICA:
1º) Observação;
2º) particularização de um fato microanaliticamente relevante, que represente o todo do processo
estudado.

O pesquisador deve partir do contexto maior, olhando a comunidade como um todo até poder destacar uma particularidade generalizável desse contexto que possa ser estudado microanaliticamente.

CONCLUSÃO
A pesquisa etnográfica visa a compreensão da cultura de um grupo de pessoas com o objetivo de entender os motivos de determinado tipo de comportamento. Envolve a imersão, a convivência, a observação e a entrevista como métodos e instrumentos de pesquisa. O papel do cientista/investigador na pesquisa etnográfica é de intérprete da realidade que ele está observando, ou seja, de dados empíricos, retirados de contextos reais.

O ESTUDO COTIDIANO E AS DIMENSÕES DA PRÁTICA EDUCATIVA
* Observação participante;
* Entrevistas intensivas;
* Perspectiva teórica (enfoque);
* 3 dimensões:
a) institucional/organizacional--> Envolve aspectos referentes ao contexto da prática escolar;
b) institucional/pedagógico--> Abrange todas as situações onde se dá o encontro professor-aluno-
conhecimento;
c) Histórica/filosófica/epistemológica--> pressupostos subjacentes à prática educativa.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

DIÁRIO DE BORDO ¹

Entre os muitos momentos estressantes da escola existe um que é tipo um oásis num deserto escaldante, ratificado tanto por professores quanto por alunos: o recreio.
É nesta oportunidade que aproveitamos para um contato mais estreito com esses sujeitos do fazer escolar. É nesse ínfimo espaço de tempo, que procuramos trocar informações com os professores sobre os alunos e com esses sobre aqueles. É, também, nessa ocasião que aguçamos as nossas audição e visão, numa perspectiva mais crítica, para tentarmos entender o nível do relacionamento entre esses protagonistas do processo ensino-aprendizagem, quando este, realmente, existe.
Muita coisa se ouve de ambos os lados; mas, nem tudo se processa, até porque não diz respeito ao que queremos focar enquanto objeto de estudo e análise.
Cabe o registro do que caracterizamos como uma " pérola" por parte de um docente, quando solicitou-se, já quase no final desse tempo de descanso do dia letivo, que os professores desenvolvessem a sua porção educadora no sentido de conversar com os alunos sobre o problema que estava ocorrendo de alguém que estava quebrando a bóia da caixa de descarga do banheiro masculino. Uma professora retrucou, dizendo o seguinte:
_ Ah, querido, interessante para os alunos é ouvir alguém diferente da gente. Eles respeitam mais. Quando a gente fala, eles nunca ouvem.
Entendemos, que nessa fala dá para se perceber a gritante diferença entre o professor e o educador e de como o profissional da educação consegue reduzir a sua ação profissional ao simples ato da transmissão de informações científicas ou, numa linguagem mais simplória, de repassador de conteúdos escolares. Formação integral não faz parte de sua prática, pois não fez de sua formação teórica.
¹. Fala de uma professora de LP, numa escola de ensino médio onde faço hora extra como Orientador Educacional, em substituição a uma colega que se encontra de licença médica. Cabe registrar, que esta UE não me é estranha, pois atuei como docente na mesma por dezessete anos consecutivos.